Maria Antonieta - A juventude de uma rainha [Review]

Olá,
Querid@s, demorou mais a resenha desse título saiu [música da vitória do Senna no fundo].
Uma das melhores obras que eu li esse ano foi Mars. Minha experiência de leitura foi simplesmente maravilhosa e Mars se tornou um dos meus mangás favoritos. Eu já desabafei sobre ele aqui no blog [aqui]. Mars abriu as portas para mim para os trabalhos da mangaká Soryo Fuyumi. Eu queria ter pelo menos uma obra dela na minha coleção e a obra perfeita para isso era Marie-Antoinette - La jeunesse d’une reine, pois, ela é um volume único. Pelo nome já deu para saber que é uma versão francesa da obra [primeiro mangá em francês da coleção \o/|o|\o/]
Depois de lê-lo, eu fui buscar mais informações sobre ele, pois, na parte final havia muitas menções ao Château de Versailles. Ele foi um mangá feito em parceria direta entre a editora francesa Glénat, a editora japonesa Kodansha e a fundação do Château de Versailles. A obra foi feita sob a supervisão de membros do museu de Vaersailles. Como resultado dessa parceria, ele não passou por revista e saiu primeiro na França do que no Japão.
Para começar, eu não sou uma historiadora e nem uma ávida entusiasta da história da Maria Antonieta. Ou seja, eu fui ler esse mangá tendo como base apenas as minha longínquas aulas de história, o que não conta muito. Dessa forma, eu não posso julgar as os usos das referências histórica e coisas do gênero, e nem compará-la com outras obras. Sim, não fique chocad@ eu ainda não li Rosas de Versalhes, ele está na minha lista [que está de um tamanho que tende ao infinito😔] e eu estou no aguardo dele sair em português pela JBC, mas, se ele demorar muito irei ter que recorrer a outros meios….
Eu vou fazer um pouquinho diferente dessa vez, eu não achei nenhuma versão online dessa obra, então eu decidi fazer uma resenha de fato repleta de spoilers. Esteja avisad@ ^^
Ps.: O texto está com uma mistura de nomes e termos em francês e em português. Eu traduzi o nome da Marie-Antoinette, mas, eu não traduzi os outros...até porquê eu acho estranho traduzir nome próprio...
Marie-Antoinette - La jeunesse d’une reine (tradução livre para: Maria-antonieta: a juventude de uma rainha).
No início o mangá, mostra Marie-Antoinette e seus três filhos, Marie Thérèse, Louis-Joseph e Louis-Charles (um bebê) no Petit Trianon. Eu não achei em lugar algum uma menção ao ano em que se cena se passa, porém, o terceiro filho do casal nasceu em 1785, então dá para imaginar que essa cena seja entre 1785 e 1787. Eles recebem uma visita de Charles Auguste, o Rei Louis XVI da França. Charles Auguste estava preocupado com os panfletos que circulam por toda Paris sobre sua esposa. Nesses panfletos é insinuado que a rainha recebia os seus amantes no Petit Trianon, ou seja, esse era um local onde ela faz as suas imoralidades. No mangá se deixa claro que na que momento, o Petit Trianon era o refugio de Maria Antonieta, ele era seu o santuário onde ela podia se desligar da corte.
Maria Antonieta afirma para o rei que ele não deve se preocupar com esses rumores, que ele possui coisas muito mais importantes para fazer, dado que ele era o rei da França. Porém, o rei tem certeza que existe uma pessoa vendendo informações na corte, pois, certos detalhes nos panfletos não poderiam ter sido escritos de forma diferente.
Quando a rainha e o rei se encontram com os seus três filhos, Maria Antonieta divaga, se relembrando da sua jornada rumo à França na sua juventude.
Aqui temos um flashback e vemos a jovem Maria Antonieta no dia se sua partida de Viena rumo à França para se tornar a Dauphine. (Como o rei ainda estava vivo Charles Auguste era o “Delphin”, Delfim, que é era o título do herdeiro aparente do trono, de maneira que a Maria Antonieta ao se casar com ele se tornou a Dauphine) .
Maria Antonieta se encontra extremamente insegura sobre sua partida, ela não deseja deixar sua família e seu lar. Na minha opinião, esse sentimento é totalmente condizente com a personalidade de uma menina de 13/14 anos que você está deixando tudo para trás, mesmo ela tendo sido treinada por toda a sua vida para o momento em que se tornaria uma rainha. Além disso tudo, ela está trocando a sua nacionalidade. Ao se tornar Dauphine ela estaria deixando de ser austríaca e se tornando francesa, apesar de ser mostrado que alguns franceses não a enxergavam como tal. Ela também carrega uma grande responsabilidade em suas costas ao seu tornar a Dauphine, sua mãe afirma que uma boa relação entre os dois reinos depende do seu casamento.
No seu “cortejo” até a França, seu irmão o futuro rei Joseph II a acompanha até a cidade Melk. No banquete dessa parada de seu cortejo, seu irmão a conforta ao assegurá-la que é possível existir amor em um casamento arranjado, ele cita a história de seus pais e de seu primeiro casamento. Nesse cortejo cada parada é marcada por banquetes e festas.
Quando Maria Antonieta chega a França, ela para primeiro em Estrasburgo, onde ela é recebida pela comitiva francesa e dá adeus a sua comitiva austríaca. No salão onde ela é recebida está uma tapeçaria que é entendida como um mau agouro pela futura rainha. A tapeçaria em questão é a “Les amours malheureuses de Jason et Médée”, que faz alusão a história de Medéia e Jasão.
Primeiro encontro do casal real ^^
Quando Maria Antonieta e Charles Auguste se encontram pela primeira vez, ambos se surpreendem. Ele a achou muito infantil, enquanto ela o acho muito adulto para sua idade. Lembrando que Charles Auguste tem 15 anos nesse primeiro encontro. Aqui tem uma cena engraçadinha, pois, dado a diferença de altura de ambos ela faz uma reflexão que seu marido lhe dará torcicolo. ^^
Bem, temos o casamento deles e o mangá mostra a dificuldade inicial da Maria Antonieta de se adaptar à corte francesa, a sua dificuldade com as regras dessas corte. É mostrado o exemplo de quando ela deixa seu leque cair e é advertida que ela não deve pegá-lo no chão, pois, ela não deve se abaixar em público. Outra questão é a relação dela com as tias do Delfim. Ela não suporta as conversas dessas senhoras, pois, elas só sabem fofocar sobre a Madame du Barry, a cortesã do rei. Aqui existe uma dupla questão: Madame Barry provém de nascimento baixo e ela como cortesã vive na corte, o que é entendido como um insulto as regras da corte francesa.
Ela acaba conversando sobre seu desagrado com as regras da corte francesa com o seu marido e nesse momento eles têm uma “briga”. Com resultado, eles acabam se afastando e Maria Antonieta começa a temer sobre seu casamento e as possíveis repercussões dessa briga. Ela se lembra que sua mãe a havia alertado sobre o destino das relações entre ambos os reinos repousar no sucesso de seu casamento [pouca pressão não é?]
Depois de um tempo, ela percebe que Charles Auguste está evitando a, de maneira que ela decide ir ao seu encontro seguindo o em sua caça. Ela segue a comitiva de caça à cavalo o que surpreende à todos presentes. Eles se reconciliam e se tornam mais próximos o que deixa o rei menos inquieto e coloca o conde La Vauguyon (responsável pela educação do Delfim) mais inquieto, pois, o Delfim dá um passa fora nele quando Conde tenta fofocar sobre a inaptidão da Dauphine em sua frente [um ponto para o Delfim!].
O casal real ^^
O final? No final temos ambos escrevendo uma carta para a mãe da Maria Antonieta para tranquilizá-la, pois, a pequena Daphine tinha andado a cavalo e isso era proibido por sua mãe (quando ela seguiu o Delfim em sua caça). Eles escrevem a carta juntos, o que demonstra como eles evoluíram no relacionamento.
Bem, essa foi a resenha. Vamos aos meus comentários.
Para começar, eu fiquei muito feliz com a evolução do traço da Soryo Fuyumi-sensei. Eu já gostava do traço dela, mas, eu tive a impressão dele estar mais refinado. Ela caprichou nos detalhes, as roupas e os cenários estão impecáveis! Ela teve assessoria para francesa para os trajes e o cenário, o que contribui muito para acuracidade da obra. Esse mangá é um ticket para Versailles sem sair de casa.
Outra coisa bem legal é que essa edição tem páginas iniciais coloridas e na parte final tem fotos coloridas de quadros de família real e de parte dos cenários usados como referência.
Outro ponto positivo para mim foi que eu aprendi coisas novas, e isso sempre é gratificante. ^^
Eu fiquei curiosa sobre alguns personagens e fui procurar suas histórias e acabei aprendendo muita coisa nova! Minha principal curiosidade se dirigiu ao Conde La Vauguyon. Eu não me lembro de ter lido algo sobre ele na minha vida...as vezes que ele apareceu ele dava pinta de vilão na história, então fui procurar sobre ele.
Eu também fiquei curiosa sobre a relação da Maria Antonieta com o Charles Auguste, eu irei buscar referências bibliográficas sobre eles [alguém tem alguma dica, de preferência não muito grande?].
Bem, vamos para o que eu não gostei?
Eu não curti muito forma como a história evolui nesse mangá, no final eu fiquei com a impressão que ela não teve um plot e uma narrativa bem definida. Para mim a história ficou sem uma conclusão…Porque terminar com eles escrevendo a carta? Não entendi esse final, eu virei a página pensando que teria algo mais…
Fiquei pensando em qual foi o propósito da história...mostrar a juventude dela, o momento em que ela se torna Dauphine? Se for isso, eu achei que deveriam ter escolhido o que trabalha na história: o início da relação dela com Charles Auguste ou o seu processo de adaptação a corte francesa. Ao meu ver, misturar ambos em uma obra de volume único impõem perdas narrativas grandes, pois, nenhum dos temas fica bem desenvolvido. Ou seja, a história acaba sendo superficial. Por exemplo, se era para mostrar a sua adaptação à corte francesa, porquê tiveram que gastar um capítulo com o “cortejo”?
Usar o recurso do flashback é interessante, mas eu achei mal trabalhado nesse mangá, pois, eu fiquei com a impressão que a história iria mostrar o porquê ela não se encaixa nos rumores, mostrar quem ela é de fato. Isso foi aventado, mostrando a sua inconformidade com as regras da corte, mas, não foi totalmente trabalhado, pois, quiseram mostrar outras coisa.
Em suma, minha experiência de leitura foi mais ou menos, eu me decepcionei um pouco, pois, eu fui com uma alta expectativa. Não que a obra seja ruim, ela tem seus pontos fortes…mas, eu achei a narrativa mal trabalhada. Eu sei que é uma obra de volume único, mas, ao meu ver se fosse escolhido um dos temas a ser desenvolvido a narrativa e os personagens seriam mais bem trabalhados e a história ficaria mais “redonda”.
Eu já postei no Facebook sobre outro mangá que eu estou lendo que se passa antes da revolução francesa e está na mesma linha temporal dos personagens de Maria Antoineta. Esse mangá é o desconcertante Innocent. Innocent é desconcertante pela sua violência, pela beleza do seu traço [os quadros são lindos de morrer] e pelas personalidades dos personagens. Deixo o link da minha resenha do primeiro volume. Provavelmente, teremos um post no bloco “Loucas por seinen” sobre esse mangá, pois, eu sou muito fã dele. ^^
Eu fico por aqui, vejo vocês na próxima!
Inté o/
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[OFF] Se você curte a temática da realeza francesa, eu tenho uma dica de algo fora da “caixinha” Otaku, o musical francês Le Roi Soleil. Eu baixei ele e achei legendas em português no longínquo ano de 2008 e achei uma versão no Youtube com legendas em português! \o/|o|\o/

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